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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PF deflagra operação de combate a pornografia infantil no Ceará e outros sete estados

NESTA QUARTA 02/09/2015 - 11h19

PF deflagra operação de combate a pornografia infantil no Ceará e outros sete estados


Em Fortaleza, um suspeito de 45 anos foi preso no bairro Aldeota com farto material de pornografia infantil. Investigações devem continuar, conforme a PF

Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 2, uma operação de combate à distribuição de pornografia infantil no Ceará e em outros sete estados. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Estado, e um homem de 45 anos foi preso em flagrante no bairro Aldeota, em Fortaleza

Segundo a PF, o suspeito de 45 anos é casado e trabalha na área de informática. Ele foi detido com farto material de pornografia infantil e responderá pelo artigo 241-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8063/90. O nome nãofoi divulgado pela PF.
Na operação, foram apreendidos computadores, celulares, pen drives, HDs externos e microchips. O material vai passar por perícia técnica e a PF ressalta que as investigações podem resultar em novas prisões. Uma condução coercitiva também foi realizada em Maranguape.

A operação, batizada de Gênesis, ocorre também em Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Tocantins, Pernambuco, Roraima e Acre.
Em julho, um homem foi preso com material de pornografia infantil pela PF durante a operação Infância Digna III. Na época, outros 18 mandados de prisão por crimes sexuais foram cumpridos em Fortaleza e Região Metropolitana.
Redação O POVO Online

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Vozes dos adolescentes

VIOLÊNCIA

A pesquisa sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgada no dia 29/1, aponta que a cada mil adolescentes nascidos no ano 2000, pelo menos três correm o risco de serem vítimas de homicídio até o 19º aniversário. De acordo com o estudo, a taxa atual (de 3,32 jovens) é 17% superior à de 2011, quando o índice era de 2,84. O número ideal é abaixo de 1. Fortaleza foi à cidade brasileira com o maior índice de homicídios: para cada grupo de mil adolescentes, a capital cearense tem IHA de 9,9 jovens assassinados. Enfrentar a violência contra a infância brasileira requer esforços permanentes entre sociedade, poderes executivo, judiciário, legislativo, mídia e das próprias crianças e adolescentes. 

Com o objetivo de promover a escuta de crianças e adolescentes acerca de temas pertinentes, e contemplar estratégias de prevenção e enfrentamento a violência, é que Terre des hommes Brasil desenvolve desde 2008 o “Projeto Vozes”. Na edição de 2014 foi possível reunir as falas de 267 adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, sobre violência, educação, responsabilização e práticas restaurativas, a partir de metodologia que respeita o anonimato e promove participação ativa.
Para Tailândia, adolescente ouvida neste processo, “para não ter violência é preciso ter mais oportunidades”. A Lika alerta sobre o enfraquecimento dos laços familiares “...quando a família enfraquece, o grupo de fora ganha força”. Silvânio reconhece que precisa investir na educação: “...a gente tem que estudar, para mudar e crescer na vida”. Porém, Victor alerta que nem sempre é fácil estudar em ambiente cercado de restrições. “Lá onde eu moro é diferente porque quem é de lá de cima não pode ir lá em baixo, ai eu estudava lá em baixo, e o colégio era lá em baixo e tinha um cara que era traficante lá das áreas falou assim: ‘ei macho, tu que é de lá pode vim aqui não, bora sai voado’. Ai foi o jeito eu sair, ai parei de ir ao colégio”. Os adolescentes também expressaram opiniões sobre Paz. Victor nos diz: “Paz é poder sair na rua e não ter medo de ser assaltado, não ter medo de levar bala perdida. Paz para mim é isto ai, poder ir para escola pro meu trabalho, sem olhar para minha mãe e dizer te amo, com medo de não voltar para casa, porque hoje em dia você sai de casa sem ter certeza que você vai voltar”. A pesquisa projeta que mais de 42 mil jovens, entre 12 e 18 anos, sejam assassinados até 2019. Somente com a participação de todos é possível prevenir, mediar e enfrentar a violência. É preciso construir ações coletivas e atender suas necessidades.
*Os nomes dos adolescentes são fictícios.

Renato Pedrosa
comunicacao@tdhbrasil.org
Advogado e diretor executivo de Terre des hommes Brasil

Fonte: Jornal O Povo 23/02/2015