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sexta-feira, 29 de julho de 2011

65 jovens são diplomados em cursos profissionalizantes

O projeto ViraVida diplomou ontem 65 jovens cearenses em três cursos profissionalizantes. Antes em situação de vulnerabilidade social e exploração sexual, hoje eles têm oportunidade de buscar uma vida melhor
29.07.2011| 01:30
Jair Meneguelli, presidente do Conselho Nacional do
Sesi, participou do evento (DIVULGAÇÃO) Jair Meneguelli, presidente do Conselho Nacional do Sesi, participou do evento (DIVULGAÇÃO)
“Eu achava que era só mais um projeto como tantos outros, mas me deu mais vida”, diz a jovem de 18 anos. A garota vivia com os pais em situação de risco e, em 2009, passou a fazer parte do projeto ViraVida, promovido pelo Sesi. Ela conta que participou de dois processos seletivos e foi aprovada para o curso de auxiliar de recepção. “Agora eu sei que posso sonhar com outros projetos e lutar pelo que quero”, afirma.

A jovem conta que o projeto foi importante para que passasse a sonhar com um futuro melhor: agora ela quer cursar uma faculdade de Recursos Humanos. “Ganhei confiança em mim mesma”. Em três anos, o ViraVida formou mais de 600 alunos de 16 a 21 anos de 12 estados do País, entre eles a jovem. Ontem foram diplomados mais 65 alunos nos cursos de costura industrial, gastronomia e auxiliar de pessoal/recepção.

Todos os alunos do projeto vieram de situação de risco, com histórico de vulnerabilidade social e exploração sexual.

Os participantes são selecionados por meio de indicação de ONGs, conselhos tutelares, igrejas e, em alguns estados, de sindicatos. Além do curso profissionalizante, que dura de nove meses a um ano, há também acompanhamento psicológico, atendimento em lazer e saúde e uma bolsa para garantir a permanência no programa.

Benefício
“O principal benefício do projeto é a recuperação da autoestima do jovem”, aponta Jair Meneguelli, presidente do Conselho Nacional do Sesi. O ViraVida é realizado através de uma parceria do Sistema S (Senai, Sesc, Senac, Sebrae e Sescoop), organizações não governamentais e empresas públicas e privadas. “Não há diferenciação entre os participantes do projeto e alunos de outros cursos, e as empresas têm compreendido essa causa”, afirma Jair.
Os familiares dos participantes do ViraVida também recebem acompanhamento. Segundo Jair, é uma forma de estimular o sucesso do projeto: “Não é possível o jovem viver duas vidas, uma no projeto e outra diferente em casa”.


O principal objetivo da ação, de acordo com ele, é melhorar o relacionamento na família.


ENTENDA A NOTÍCIA
O ViraVida trabalha com jovens de 16 a 21 anos em situação de risco. Em 3 anos, mais de 1.500 alunos foram matriculados nas 12 cidades em que o projeto é realizado. Segundo o Sesi, 80% estão inseridos no mercado de trabalho.
Mariana Freire

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

Entrevista: Conselho Tutelar agindo na legalidade.


QUINTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2011
CONSTRUINDO O 6º NORDESTÃO
 
 
Teve inicio na tarde de hoje 28 de julho de 2011, no salão paroquial da Igreja Santa Rita de Cássia, na Diocese de Itabuna, mas um encontro em preparação ao VI Nordestão das CEB’s, que acontecerá em julho de 2012 na Diocese de Itabuna. Contando com a participação dos representantes dos 05 regionais: Maria Nascimento (Nordeste IV – Piauí), Fátima Antônio (Nordeste III – Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas), Ana Maria, Fátima, Rafaela, Madalena, Frei Genilton, Frei Carlos Inácio, Frei Joaquim, Valderly, Haroldo Heleno, Célia, Rafael (Nordeste III – Bahia e Sergipe), Maria José (Nordeste V – Maranhão), Batista e Ana Lourdes (Nordeste II- Ceará).

O encontro “Construir o VI Nordestão”, faz parte de uma serie de atividades que vem sendo realizadas em preparação para este importante evento da Igreja Católica em todo Nordeste, e caminhando para a realização do 13º Intereclesial das CEB's a ser realizado em 2014, no Crato/CE. O evento de hoje tem como objetivo principal: Discutir, Refletir e definir a data do VI Nordestão, cartaz, equipes de trabalhos, locais de trabalho, hospedagem, assessorias, temas, lemas, recursos, divulgação, articulação, mobilização levando em conta as contribuições de todos os Regionais do Nordeste presentes no encontro. Discutir e apresentar metodologia a ser usada no VI Nordestão. Visitar os locais onde serão realizadas as atividades, as oficinas, hospedagem. O evento ocorrerá até o dia 31 de julho.

Haroldo Heleno
Assessoria Diocesana das CEB

Uma memória de um tempo não vivido

26/07/2011

Nesta quarta-feira, dia 27/07, ocorrerá a audiência das testemunhas da ação movida contra o coronel Brilhante Ustra, acusado de ser responsável pela tortura e assassinato do jornalista e militante Luiz Eduardo Merlino, ocorrido em julho de 1971. A sessão acontecerá às 14h30, no Fórum João Mendes em São Paulo.

A equipe da Caros Amigos estará lá e fará uma cobertura especial, acompanhe pelo nosso site. Confira abaixo a íntegra do artigo de Tatiana Merlino, editora adjunta da Caros Amigos e sobrinha de Merlino, na edição 172:


Uma memória de um tempo não vivido
  

Quarenta anos depois, a justiça ouvirá testemunhas da tortura e assassinato do jovem jornalista e militante Luiz Eduardo Merlino, vítima da ditadura. Este é um resumo de sua história, contada pela sobrinha que não o conheceu.

Por Tatiana Merlino

Sobre a cômoda, ao lado do vaso onde quase sempre há uma flor, há um porta-retrato prateado. Na foto, um jovem de perfil: cabelos negros, pele clara, olhos grandes, óculos de aro escuro. Quando eu ainda olhava o porta-retrato de baixo para cima, com uns sete anos, já sabia que ele era alguém muito importante para a família.

Os anos se passaram, o porta-retrato mudou de casa, mas seguiu junto com a cômoda e o vaso. O homem da foto continuava jovem, olhando insistentemente para o infinito. Outros anos se seguiram, e a dona do porta-retrato e da cômoda morreu. Hoje, o porta-retrato mudou de casa e de dona. E eu o olho de cima para baixo.

O jovem é meu tio, o jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, torturado e assassinado aos 23 anos, em São Paulo, em 19 de julho de 1971, nas dependências do DOI-Codi, centro de tortura comandado pelo coronel reformado do Exército brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Sua mãe, Iracema da Rocha Merlino, dona do porta-retrato, faleceu em 1995 sem que o Estado tivesse reconhecido a responsabilidade pela morte do filho.

Não poderá ver, por exemplo, que no mês em que se completam 40 anos do assassinato do jovem, ocorrerá a audiência das testemunhas de uma ação por danos morais movida contra Ustra por sua ex-companheira, Angela Mendes de Almeida, e sua irmã, Regina Maria Merlino Dias de Almeida, que dão continuidade à luta de Iracema.

Na próxima quarta-feira, 27 de julho, a Justiça de São Paulo ouvirá os testemunhos dos que presenciaram a tortura e morte de Merlino, como os ex-militantes do POC (Partido Operário Comunista), organização na qual ele militava, Otacílio Cecchini, Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Ricardo Prata Soares; o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vanucchi; e o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos.

Já Ustra arrolou como suas testemunhas o ex-ministro Jarbas Passarinho; um coronel e três generais da reserva, Gélio Augusto Barbosa Fregapani Paulo Chagas, Raymundo Maximiano Negrão Torres e Valter Bischoff; além do atual presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), que recentemente defendeu a manutenção do sigilo eterno de documentos oficiais ultrassecretos, com o argumento de que a divulgação desses dados pode motivar a abertura de “feridas”.

A audiência está marcada para às 14h30, no Fórum João Mendes, centro de São Paulo. Na ocasião, serão ouvidas as testemunhas de acusação. As de defesa serão ouvidas por carta precatória.


Torturador declarado


Para chegar à audiência das testemunhas, a família percorreu um longo caminho. Subscrita pelos advogados Fábio Konder Comparato, Claudineu de Melo e Aníbal Castro de Souza, esse é o segundo processo movido pela família de Merlino contra o coronel da reserva. Em 2008, Regina e Angela moveram uma ação civil declaratória na qual requeriam apenas o reconhecimento da Justiça sobre a responsabilidade de Ustra nas torturas e assassinato de Merlino. Porém, o ex-militar conseguiu paralisar e extinguir o processo por meio de artifício jurídico acatado pelo Tribunal de Justiça paulista. Assim, ambas entraram com uma segunda ação em 2010, também na área cível, que prevê uma indenização por danos morais.

Ustra já foi declarado torturador pela Justiça de São Paulo, em ação movida pela família Teles: Maria Amélia de Almeida Teles, César Teles e Criméia de Almeida. Conhecido como “major Tibiriçá”, ele comandou o DOI-Codi entre setembro de 1970 e janeiro de 1974. Em relação a esse período, houve 502 denúncias de torturas praticadas por homens sob o seu comando e por ele diretamente, além de 40 assassinatos decorrentes da violência utilizada nos interrogatórios. “Apanhei muito e apanhei do comandante. Ele foi o primeiro a me torturar e me espancou até eu perder a consciência, sendo que era uma gestante bem barriguda. Eu estava no sétimo mês de gravidez”, afirmou Criméia em dezembro de 2010.


Prisão e morte

Em 15 de julho de 1971, Merlino foi preso por três homens na casa de sua mãe, em Santos, no litoral de São Paulo. “Logo estarei de volta”, disse à mãe, irmã e tia. Foi a última vez que o viram. Jornalista e militante do POC, ele tinha recém-chegado de uma viagem à França, onde havia aderido à Quarta Internacional. O jornalista havia viajado com passaporte legal, já que contra ele não constava nenhuma acusação dos órgãos repressivos.

Da casa de sua mãe, foi levado ao DOI-Codi de São Paulo, localizado à rua Tutóia, no bairro do Paraíso, onde “foi barbaramente torturado por 24 horas ininterruptas e abandonado numa solitária, a chamada cela forte, ou x-zero”, de acordo com o livro Direito à memória e à verdade, editado pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, ligada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Muitos presos políticos testemunharam as torturas às quais o jornalista foi submetido, entre eles Guido Rocha, escultor que também estava preso no DOI-Codi na época e esteve com Merlino na “cela forte”. Guido estava há alguns dias na cela, quando o militante do POC foi trazido. “Ele estava muito machucado. Trouxeram ele carregado, ficou deitado, imobilizado. Mas muito tranquilo. Me impressionei muito com a segurança e tranquilidade dele”, disse Guido, em 1979, em entrevista ao jornalista Bernardo Kucinski.

Apesar da serenidade, seu estado de saúde piorava. As pernas estavam dormentes por conta do tempo que passara pendurado no “pau-de-arara” e, mesmo queixando-se de dor, não recebeu assistência médica. No dia seguinte, foi retirado da solitária e colocado sobre uma mesa, no pátio em frente às celas, fato que foi presenciado por diversos presos, que puderam ver seu estado. Ele queixava-se de dormência nas pernas, que não mais obedeciam. “À noite, começou a se sentir mal, estava bem pior. Ele falou: ‘chama o enfermeiro rápido que eu estou muito mal, a dormência está subindo, está nas duas pernas e nos braços também’. Aí eu bati na porta com força e gritei. Vieram o enfermeiro e alguns torturadores, policiais, os mesmos que já haviam me torturado e torturado a ele também. Vieram e o levaram. Nunca mais eu vi ele”, relatou Guido, falecido há dois anos.


Versão falsa

Em 20 de julho, cinco dias após a prisão, a família recebeu a notícia de que ele teria cometido suicídio, jogando-se embaixo de um caminhão na BR-116, na altura de Jacupiranga, em São Paulo, quando estaria sendo conduzido para o Rio Grande do Sul para “reconhecer” militantes. A família, porém, não acreditou na versão oficial da morte.
Como o corpo não foi entregue, dois tios e o cunhado do jornalista, Adalberto Dias de Almeida, que era delegado de polícia, foram ao Instituto

Médico Legal (IML) de São Paulo, mas o diretor do órgão negou que o corpo ali estivesse. Adalberto burlou as regras do IML e, alegando procurar o cadáver de um bandido, foi em busca do corpo do cunhado. Encontrou-o ali, numa gaveta, com torturas e sem identificação. Só assim a família pôde enterrar o jornalista, que teve o corpo entregue em caixão fechado. O laudo necroscópico atestando aversão do suicídio e que vinha grafado com a letra “T” (de terrorista), escrita a mão, foi assinado pelos médicos legistas Isaac Abramovich e Abeylard de Queiroz Orsini.

Jornalistas amigos de Merlino estiveram no local onde ele supostamente teria se suicidado e não encontraram nenhum sinal de atropelamento ou outro acidente de trânsito ocorrido nas redondezas no dia indicado. Pouco mais de um mês depois do assassinato, o jornal o Estado de S. Paulo anunciou a missa de trigésimo dia de seu falecimento, ocorrida em 28 de agosto. Cerca de 770 jornalistas compareceram à celebração, e os mesmos três homens que buscaram o jornalista em Santos foram ao local e deram os “pêsames” à sua mãe e irmã.

Nascido em Santos, em 1948, Merlino participou, como secundarista, do movimento do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE). Mudou-se para São Paulo, onde completou o ensino médio e, em 1966, com 17 anos, ingressaria como “foca” na primeira equipe de jornalistas do recém-fundado Jornal da Tarde, do grupo o Estado de S. Paulo. Ali escreveu reportagens de repercussão, como a que denunciava as atividades do “mau patrão” Abdala, da Fábrica de Cimento Perus-SP.

Também trabalhou na publicação Folha da Tarde, para onde cobriu o 30º Congresso da UNE, em Ibiúna, ocorrido em setembro de 1968, época em que já havia ingressado no POC. Detido e transferido para o presídio Tiradentes, depois de solto Merlino reportou os fatos e levou mensagens dos militantes que permaneceram presos. Estudante de história da Universidade de São Paulo (USP), também trabalhou no Jornal do Bairro e participou da fundação do jornal alternativo Amanhã.

Fundado em 1968, o POC foi resultado da fusão entre a Política Operária (Polop), fundada em 1961, e a Dissidência Leninista do Partido Comunista Brasileiro (PCB), no Rio Grande do Sul. Um pouco antes de morrer, Merlino havia aderido à Quarta Internacional.

A companheira Angela e os amigos, como Tonico Ferreira e Joel Rufino dos Santos, costumam imaginar o que ele estaria fazendo hoje, pelo que lutaria, como estaria. A mim, a sobrinha nascida seis anos após sua morte, não cabem tais pensamentos. O que serve de alento é pensar que, quarenta depois, o coronel Ustra poderá ser reconhecido como o responsável pela morte do jovem da foto do porta-retrato prateado.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

ABUSO SEXUAL NÃO TEM GRAÇA

ABUSO SEXUAL NÃO TEM GRAÇA
 
 
 
Talvez você não perceba. Talvez até ache graça. Mas a violência contra
as mulheres está sendo incentivada dentro da sua casa, de forma nada
sutil, no humorístico Zorra Total. No principal quadro do programa,
chamado “Metrô Zorra Brasil”, todos os sábados ...à noite, duas amigas
travam um diálogo dentro do vagão lotado. Na fórmula do roteiro, lá
pelas tantas, em todos os episódios, um sujeito se aproxima, encosta e
bolina a mulher de várias formas. No episódio do dia 9 de julho, o
quadro mostrou a mulher sendo “tocada” em suas partes íntimas com a
“batuta” de um maestro. A mulher atacada, Janete (Thalita Carauta),
cochicha com sua amiga Valéria (Rodrigo Sant’anna), que, ao invés de
defendê-la, diz: “aproveita. Tu é muito ruim, babuína. Se joga”. A
claque ri. O ataque relatado pelo programa acontece todos os dias com
milhares de mulheres no nosso país. Só nós mulheres podemos medir a
humilhação pela qual passamos nos trens e ônibus lotados e suas
consequências. Não tem graça. No metrô de São Paulo, o mais lotado do
mundo, numa manhã de abril, uma jovem trabalhadora foi violentada
sexualmente num vagão da linha verde, considerada uma das melhores. Um
crápula a segurou pelo braço, ameaçou, enfiou a mão sob sua saia,
rasgou sua calcinha e a tocou. Os passageiros perceberam, tentaram
agir, mas o homem fugiu. O caso foi registrado como estupro na 78º DP
da capital paulista. Impossível rir disso. É sabido que a Rede Globo
nunca foi uma defensora das mulheres e da diversidade. Neste momento
mesmo, o diretor-geral da emissora exigiu que os autores da novela
Insensato Coração acabassem com comentários favoráveis às bandeiras
gays, e recomendou menos ousadia nas cenas entre os dois personagens
homossexuais. Mas o Zorra Total foi longe demais. O quadro do programa
incentiva a violência contra às mulheres e o estupro, de uma forma
sistemática, já que o ataque é parte da estrutura permanente do texto.
Ou seja, todas as semanas, a Rede Globo diz que as mulheres que sofrem
abuso sexual devem “aproveitar” e “agradecer”, como se fosse uma
dádiva. Repete a lógica do humorista Rafinha Bastos que, pelo Twitter,
escreveu que as feias deveriam agradecer ao serem estupradas. E está
sendo processado por isso. O quadro tem alcançado liderança de
audiência nas noites de sábado, atingindo cerca de 25 pontos de
audiência. Ou seja, milhões de lares recebem toda semana a mensagem de
que é natural abusar sexualmente de mulheres no metrô, nos trens, nos
ônibus. Não é preciso muito para saber que o quadro certamente terá
efeitos sobre esse público, naturalizando a violência contra a mulher,
diminuindo a gravidade de um crime, tornando-o algo menor, sem
importância. Essa brincadeira não tem graça. É no mínimo lamentável
que o talento da dupla de humoristas esteja sendo desperdiçado em um
quadro que incentiva o ataque às mulheres trabalhadoras. É revoltante
que a emissora líder mantenha um programa que defende práticas tão
nefastas, num país onde uma mulher é violentada a cada 12 segundos;
onde uma mulher é assassinada a cada duas horas; onde 43% das mulheres
sofrem violência doméstica.
 
 
 
Sandra Muñoz - 8823-9623(Oi) / 92336310 (TIM) / 8312-3258(Claro)
99880623(VIVO) Ativista - Feminista Setorial LGBT do PT/BA Diretora de
Mulheres da FAMEB - Federação das Associações de Moradores da Bahia -
Filiado a CONAM Coordenadora Estadual do GT de Feminização e Epidemia
da AIDS/DST Articulação Baiana de Mulher e Mídia LesbiBahia -
Articulação Baiana de Lésbicas e Mulheres Bissexuais Nossa luta é todo
dia, por um Brasil livre da homofobia / Lesbofobia /Transbofobia EM
DEFESA DO DIREITO DE VIVER COM LIBERDADE E DIGNIDADE!!!!

Bom público comparece ao Sindicato para lançamento de livro sobre Juventude e Ação Sindical

Bom público comparece ao Sindicato para lançamento de livro sobre Juventude e Ação Sindical

segunda-feira, 25 de julho de 2011


DIOCESE DE TIANGUÁ ACOLHE O CONGRESSO REGIONAL DA PJMP

De 21 a 24 de julho de 2011, esteve sendo realizado na cidade de Ubajara, Diocese de Tianguá, o Congresso Regional da Pastoral da Juventude do meio popular. O terceiro dia de Congresso contou com oficinas temáticas onde foram abordadas os seguintes temas: Trem da história, PJMP e Ecologia, Afetividade, Educação Popular, Espiritualidade Libertadora, Relações de Gênero e Expressões Culturais. As oficinas foram facilitadas por ex-militantes e por representantes de instituições parceiras da PJMP. No período da tarde foi feita a socialização dos trabalhos nas oficinas. No fim do dia a juventude presente no congresso pode participar de uma vigília que foi presidente por Dom Odelir José Magri, Bispo da Diocese de Sobral, Zé Vicente e por Pe. Rocélio. Na oportunidade Dom Odelir abençoou a todos os casais por meio da união de Nívea e Marcos, membros da Coordenação Paroquial de Ubajara. Fechando a noite do terceiro dia foi realizada uma Feira de Economia Solidária, promovida pela Rede Cáritas animada pelo Show do  cantor Zé Vicente que embalou a juventude com algumas canções que marcaram a sua carreira.

Na manhã domingo, foi realizada uma Romaria em Defesa da Vida da Juventude. A romaria seguiu por algumas ruas da cidade de Ubajara e foi marcada por muita festa, sendo animada pela Banda Raça Jovem. Durante o momento, foram realizadas algumas paradas onde foram ressaltadas a necessidade de garantir os direitos da população juvenil, o cuidado com o meio ambiente, e o combate a violência que tem como principal vitima os jovens. A romaria chegou ao fim na Igreja Matriz, onde foi realizada uma celebração eucarística que foi presidida por Pe. Jocélio. Ao final da celebração a Equipe Local do Congresso, formada por Nívea, Marcos, Ronaldo e Wanderley, prestou um agradecimento a todas as pessoas que colaboram para o bom êxito do congresso. Laudiano, Secretário Regional da PJMP, recebeu um barco artesanal representando a cidade de Ubajara, emocionado Laudiano agradeceu a participação de todos os representantes dos grupos de jovens da PJMP que vieram de todos os recantos do estado do Ceará para participar do congresso, num clima de despedida, mas com muita alegria foi dada uma benção especial e feito o envio de todos os congressistas.
ROMARIA DOS MÁRTIRES DA CAMINHADA: 
TESTEMUNHAS DO REINO!
Zé Vicente
 
O sol do dia 16 de julho lançou seus últimos raios sobre a grande fogueira erguida no pátio da matriz da pequena cidade de Ribeirão Cascalheira - MT, entregando para a lua cheia, esplêndida no céu, o brilho a ser derramado sobre a 5ª Romaria dos Mártires da Caminhada Latino Americana, que reuniu cerca de sete a dez mil pessoas, sem contar os que olhavam das calçadas, admirados e atentos e muitos que, mesmo distantes, se uniram em espírito.
 
Todos vestidos com vestes de festa, vindos dos quatro cantos do Brasil e de vários outros países, estamos postos num grande círculo, movidos pela energia vibrante dos abraços, beijos e sorrisos, trocados na emoção de reencontrarmos velhas amizades e sentirmos o calor de novos aconchegos.
 
Entre nós e em nós, se manifesta a presença deles e delas, os mártires, testemunhas fiéis do Reino da Vida, cujo sangue foi derramado no colo da mãe terra, por mãos assassinas, quase sempre a mando de quem, na cegueira da ambição desenfreada, pela posse do dinheiro, dos bens de toda a terra e do poder, pagam pistoleiros violentos, para executarem quem atravessa seu caminho, denunciando seus intentos criminosos e anunciando com a verdade da própria vida, a solidariedade irrestrita com os injustiçados e oprimidos.
 
Nas camisetas e faixas, nos estandartes e cantos, nos corpos de seus parentes que estão conosco e nas palavras testemunhais dos pastores, especialmente do Poeta e Profeta, Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, com seus mais de 80 anos, 40 dos quais vividos nessa região, uma das mais violentas do Brasil. Marcado, há vários anos pelo Parkinson, Pedro, fez ecoar ainda com vigor que a fé lhe confere, sua mensagem de teimosa e resistente esperança pascal.
Ao som dos tambores e mantras de diversas tradições místicas, entra no grande espaço, o cortejo de mulheres, portando vasilhas pintadas com motivos indígenas, levando águas e flores. Circulam e dançam em volta da fogueira. Em seguida chegam crianças, meninos e meninas do povo dali, trazendo belos estandartes, com fotos e nomes dos (as) mártires, para o centro da grande roda. A equipe de coordenação vai orientando. A saudação de acolhida, com um toque orante, veio do atual bispo da Prelazia, Dom Leonardo. Finalmente, entra a Cruz do P.e João, conduzida por jovens mulheres. Do Círio Pascal, sai o fogo, posto na fogueira e nas velas das pequenas lanternas, recebidas por cada pessoa presente. A praça, rapidamente, se transforma numa constelação de luz. Um casal de Araras passa sobre nós, num belo e sereno vôo, costurando uma linha livre e sutil, ligando a lua, a fogueira e o ultimo vestígio do sol, exatamente na direção por onde seguimos em Caminhada, entoando os cânticos conhecidos: “Sou, sou teu, Senhor, sou povo novo, retirante, lutador!”, “Vidas pela vida, vidas pelo Reino”, “Ribeirão Bonito, cruz do P.e João!”...

Foram mais de três quilômetros até o pequeno Santuário dos Mártires, construído na margem esquerda da rodovia de quem sai de Cascalheira, logo após o pequeno rio, chamado Ribeirão Bonito.  No trajeto alguns testemunhos, gritos de denuncia, das vitimas indígenas, jovens, mulheres, trabalhadores (as), cujos direitos sagrados estão sendo desrespeitados pelos atuais senhores do latifúndio, do agro-negócio, da droga, do sistema bancário. Passamos bem ao lado, da capelinha, onde o Padre João Bosco Penido Burnier, Missionário Jesuíta, viveu a sua última agonia, depois de ser alvejado à queima roupa, por um policial, no dia 12 de outubro de 1976. P.e João, acompanhava D. Pedro e foram pedir em favor de duas mulheres que estavam presas e eram torturadas injustamente. Ali, foi celebrada uma emocionante Vigília no dia anterior.
 
Ao chegarmos ao Santuário, mais alguns testemunhos. Um momento para a leitura Bíblica, a prece do Pai Nosso, a benção e partilha de um tipo de bolinho popular na região. Para encerrar a noitada festiva, nós, artistas presentes animamos o povo, com cantos e poesias. Pelas onze horas da noite, retornamos para as casas e escolas, onde fomos acolhidos, com carinho pelas famílias da cidade.

NA EUCARISTIA, O BRILHO DA GLÓRIA PASCAL!

A manhã do domingo, 17 de julho, estava luminosa pelo sol e a beleza de cores, no espaço, atrás do Santuário dos Mártires, preparado para a Missa de despedida da Romaria, concelebrada pelos bispos D. Leonardo, D. Eugênio, bispo da cidade de Goiás e pelo próprio D. Pedro e mais de 30 padres.
Toda celebração teve como foco principal a vitória pascal de Jesus e de todas as testemunhas da Ressurreição, desde os discípulos de Emaús (Lc 24,13), lembrando a multidão dos que lavaram suas vestes existenciais no sangue do Cordeiro (AP 7,9) e de quem, neste tempo presente, mantém a fidelidade a causa maior da vida!
Após a comunhão, ainda alguns testemunhos e denuncias, pela boca dos representantes indígenas; Cacique Marcos e sua mãe, do povo Xucuru, de Pernambuco, que fez uma bela prece aos Encantados, pela proteção da terra e dos seres vivos. Os Xavante, na sua dura luta pela retomada de sua terra tradicional Marãiwatsédé, no Mato Grosso, de onde foram deportados na década de 1960 e que retornaram em 2004 decididos a não abrir mão da terra sagrada, onde está sua memória e foram plantados os corpos de seus ancestrais.
Antes da benção e envio final, a mensagem emocionada de Pedro, temperada de carinho, profecia e convocação para a fidelidade no testemunho pascal: “multipliquem as romarias dos mártires da caminhada!... Esta, possivelmente será minha ultima Romaria com os pés nesta terra...!”
 
Com esta imagem inesquecível e ao som do hino: “Ribeirão Bonito, Cruz do Padre João, Alta Cascalheira, gente do sertão, o suor e o sangue, fecundando o chão!”, romeiros e romeiras da Caminhada, nos despedimos, para as longas viagens de volta, com os corações unidos e aquecidos na fogueira da esperança para a missão urgente, assumida, sem reserva, até o fim, por tantas testemunhas do reinado pleno e eterno da Vida para todas as vidas: João, Chicão, Marçal, Zumbi, Conselheiro, Margarida, Zé Claudio, Maria, Dorothy, Nativo...

Fortaleza, 19 de julho de 2011
Em memória da experiência da Revolução Sandinista de Nicarágua, cujos 32 anos se comemora neste dia.
Zé Vicente - poeta-cantor

   
Gente simples
fazendo coisas pequenas
em lugares pouco importantes
conseguem mudanças  extraordinária.

Reflexões sobre os 21 anos do ECA

21.07.2011| 01:30


Camila Vieira Nunes Moura - Defensora pública



Verdadeiro marco divisório no trato da questão da infância e da adolescência no Brasil, a Lei 8.069/90 ou ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente –, como é mais conhecida, completou 21 anos no último dia 13 de julho.


Anteriormente, vigorava o Código de Menores, lei que tinha por alvo crianças e adolescentes que se encontravam em “situação irregular”- situações que fugiam ao “padrão esperado de sociedade”, enquadrando-se nessa definição pobres, abandonados, vítimas de maus-tratos ou aqueles que cometessem algum delito.

Advém daí a acepção pejorativa da palavra “menor”, que só era utilizada para referir-se a crianças e adolescentes que estivessem em “situação irregular”, jamais sendo incluídos nessa definição crianças e adolescentes “de família”, difundindo-se uma visão preconceituosa e largamente utilizada, que só aumenta a exclusão social.

Entretanto, com a Lei 8.069/90, criou-se uma lei aplicável a todas as crianças e os adolescentes, que passaram a ser reconhecidos e tratados como sujeitos de direitos que, por estarem em processo de formação, necessitam de cuidados especiais por parte de toda sociedade.


Analisando-se os mais de 20 anos de ECA percebe-se que há muito a avançar, sendo necessária maior integração entre os componentes do sistema de garantia de direitos e aparelhamento dos instrumentos públicos à disposição, além do cumprimento do

ECA, legislação elaborada pela e para a sociedade brasileira, a partir do seu contexto de desigualdades.


Destaque-se a importância de tal legislação, assumindo a Defensoria Pública papel ímpar nesse contexto, dada a sua vocação natural para promover educação para direitos e garantir o acesso à justiça das pessoas em condição de vulnerabilidade, pois, só com toda a sociedade empenhada, poderemos assegurar os direitos humanos de crianças e adolescentes com a prioridade absoluta exigida pelo ECA e pela Constituição Federal.

Crianças ganham atenção dos bombeiros

A praia e a lagoa do Cauípe foram os pontos de lazer definidos para a Operação Férias no penúltimo fim de semana da alta estação
25.07.2011| 01:30
Menina recebe pulseira de identificação: bombeiros focam trabalho na segurança das crianças (RAFAEL CAVALCANTE)  
Menina recebe pulseira de identificação: bombeiros focam trabalho na segurança das crianças (RAFAEL CAVALCANTE)
O afogamento é uma causa de morte com alto índice entre crianças na faixa etária de um a 14 anos. O alerta é o primeiro ponto contido no informativo “Meu Pai é meu melhor Guarda-Vidas”, que foi distribuído ontem por homens do Corpo de Bombeiros a frequentadores da Barra do Cauípe, em Caucaia. A ação direcionada a banhistas que estavam responsáveis por crianças também teve a preocupação de identificar a meninada com uma pulseirinha na cor amarela.

A fim de evitar os desaparecimentos, os pais ou acompanhantes teriam que preencher dados do menina ou do menino colocando um telefone de contato do responsável. Mas se por um lado houve preocupação dos Bombeiros com o risco de afogamento, o mesmo não ocorreu por parte dos órgãos de trânsito com a possibilidade de atropelamentos. Veículos circulavam livremente a todo momento na faixa de areia entre a lagoa e a praia passando entre os banhistas, sem que seus guiadores fossem importunados por qualquer tipo de fiscalização.

A combinação de sol forte e calor e o cenário paradisíaco do Cauípe, onde praia e lagoa estão bem próximas, atraiu muita gente a região nesse que foi o penúltimo fim de semana das férias de julho. De acordo com o tenente coronel Bombeiro Marcelo Cordeiro, a alta frequência de pessoas à área fará com que a operação volte a ser realizada no local no próximo fim de semana. Cordeiro explicou que tal qual a Praia do Futuro, em Fortaleza, onde a prevenção foi lançada este ano, a do Cauípe também tem valas com correntezas que são um risco para os banhistas desavisados.

A costureira Isabel Cristina Silva Gomes, 35, agradeceu ao bombeiro quando o filho João Paulo, 9, recebeu a pulseirinha de identificação. Segundo ela, sempre que vai à praia com o menino não tem sossego, pois o garoto gosta de se distanciar, além de ser afoito no mar, o que a deixa muito preocupada. Mas a maior parte das crianças presentes ontem no Cauipe preferiu mesmo foi brincar nas águas mais tranquilas da lagoa. Fixados às margens dela, guardas vidas do município de Caucaia estavam atentos para evitar possíveis afogamentos.


ENTENDA A NOTÍCIA
A Barra do Cauípe tem como principal atração a lagoa , formada pela foz do rio homônimo que deságua no mar. O local é frequentado por praticantes de windsurf e kitesurf, pois conta com ventos ideais para manobras na água.
Rosa Sá
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