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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Prefeito RC ainda não disse a que veio?

 Prefeito RC ainda não disse a que veio?

Com o título “Fortaleza sem zelador”, eis artigo da jornalista e professora Adísia Sá, que pode ser lido no O POVO desta terça-feira. Ela reclama da situação de abandono do Centro e chega a observar: Roberto Cláudio ainda não disse a que veio.”

Talvez alguns leitores nunca tenham ouvido falar em “zelador”, tão estranha é a palavra para as novas gerações. Gerações sem apego às coisas coletivas, aos bens públicos: gerações que não aprenderam nos lares nem nas salas de aula o que significa cuidar dos bens comuns. Pelo contrário: o que ouviam era a cantilena “isto é de todo mundo”, significando que não é de ninguém.
Presidente da Associação Cearense de Imprensa, dois ou três dias por semana compareço à nossa sede, à rua Floriano Peixoto, esquina com Liberato Barroso, oportunidade em que sinto o palpitar de nossa cidade, seu movimento constante, seu vai-e-vem de pedestres – tipos os mais diversos – do executivo ao carregador de mercadoria, sem se falar na mulher que vende loteria e o homem que oferece frutas.
E o pedestre o que faz? Equilibra-se, vira malabarista, livra a cabeça dos caixotes, olha pro chão para não pisar os produtos dos ambulantes no chão ou em cima de tamboretes transformados em balcões.
Neste caminhar, procuro me lembrar do nome do prefeito, também de vereadores, mas nada me vem à memória. Sim, me lembro do coronel Cordeiro Neto, quando Fortaleza era tratada com respeito e zelo. Agora, passados tantos meses, Roberto Cláudio ainda não disse a que veio, frustrando aqueles que aguardavam sua chegada com entusiasmo e confiança. Andaram me dizendo que ele tem olhos e ouvidos para a periferia: não juro, porque ainda não passei por lá. Para não ser injusta, vou aproveitar qualquer fim de semana e sair pela Leste /Oeste olhando à direita e à esquerda. Depois desse “turismo” interno, volto a escrever alguma coisa.
Mas fica o meu registro: Fortaleza não tem mais centro – virou balbúrdia, desordem, desgoverno, sem se falar no som alto e encontrões com agressões impublicáveis.
Vou plagiar o poeta: ai que saudades que tenho da minha cidade querida, que não volta nunca mais. De pé, em memória do outrora, a Leão do Sul, o pastel feito na hora e o caldo de cana primeiro e único…
* Adísia Sá
adisiasa@gmail.com

Jornalista e professora.

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