Conselho de Igrejas quer saída de Feliciano da CDH
Terça-feira, 12 de março de 2013 - 13h39min
por A reportagem é de Mario Coelho e publicado pelo sítio Congresso em Foco
Para
integrantes do Conic, comportamento de “cunho racista e preconceituoso”
do deputado paulista o descredencia para presidir a Comissão de
Direitos Humanos da Câmara. Entidades pedem imediato afastamento e ética
na política.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) pediu neste domingo (10) o afastamento do deputado
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara. Em nota, o conjunto de
entidades informou ter elaborado uma moção de repúdio contra o
parlamentar paulista por causa das declarações públicas dele
e o processo enfrentado no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Considerando
o corolário de nossa missão, à luz dos valores que a inspiram, e as
manifestações de diversos segmentos da sociedade brasileira, expressamos
nosso repúdio ao processo que levou à escolha do Deputado
Marco Feliciano (PSC), o qual, por suas declarações públicas, verbais e
escritas de conteúdo discriminatório, de cunho racista e preconceituoso
contra minorias, pelas quais responde a processos que tramitam no
Supremo Tribunal Federal”, diz o Conic em nota
distribuída neste domingo (10).
O
Conic é formado pelas igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal
Anglicana do Brasil, Evangélica
de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e
Presbiteriana Unida. Na nota, as igrejas pedem mais ética na política e
conclamam por “um Congresso Nacional transparente e com ficha limpa” e
pela “reforma política do Estado brasileiro na busca
da ampliação da cidadania”.
Com a
possibilidade de Marco Feliciano, que é pastor da Assembleia de Deus
Catedral do Avivamento, assumir a CDH, a reação contrária começou
primeiro nas redes sociais. Depois, entre os próprios membros da
comissão.
No Twitter,
em 2011, ele chamou negros de “descendentes amaldiçoados de Noé”.
Contra homossexuais, chegou a dizer que “a podridão dos sentimentos dos
homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime,
à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas
promíscuas”.
Em
discurso na Câmara, ele defendeu a limitação de divórcios a um por
pessoa, pois, na avaliação dele, “uma família destruída hoje projeta
sequelas por toda uma geração”. O deputado diz que a resistência ao seu
nome é fruto de perseguição religiosa e de “cristofobia“. Hoje o jornal
Correio Braziliense informou que ele usou o mandato parlamentar em
benefício de suas empresas e das atividades de sua igreja.
Além
disso, o deputado é réu por estelionato em uma ação penal no Supremo
Tribunal Federal (STF). Ele rejeita a acusação de ser racista e
homofóbico.
O
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deve discutir
com colegas deputados a situação da CDH e a possibilidade de troca do
comando do colegiado na segunda-feira (11).
Desde
a semana passada a comissão tem gerado noticiário negativo para a Casa
com a indicação e consequente eleição do deputado para presidir o
colegiado. Ontem, centenas de pessoas protestaram contra Feliciano
em dez cidades brasileiras.
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