Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de julho de 2011

ABUSO SEXUAL NÃO TEM GRAÇA

ABUSO SEXUAL NÃO TEM GRAÇA
 
 
 
Talvez você não perceba. Talvez até ache graça. Mas a violência contra
as mulheres está sendo incentivada dentro da sua casa, de forma nada
sutil, no humorístico Zorra Total. No principal quadro do programa,
chamado “Metrô Zorra Brasil”, todos os sábados ...à noite, duas amigas
travam um diálogo dentro do vagão lotado. Na fórmula do roteiro, lá
pelas tantas, em todos os episódios, um sujeito se aproxima, encosta e
bolina a mulher de várias formas. No episódio do dia 9 de julho, o
quadro mostrou a mulher sendo “tocada” em suas partes íntimas com a
“batuta” de um maestro. A mulher atacada, Janete (Thalita Carauta),
cochicha com sua amiga Valéria (Rodrigo Sant’anna), que, ao invés de
defendê-la, diz: “aproveita. Tu é muito ruim, babuína. Se joga”. A
claque ri. O ataque relatado pelo programa acontece todos os dias com
milhares de mulheres no nosso país. Só nós mulheres podemos medir a
humilhação pela qual passamos nos trens e ônibus lotados e suas
consequências. Não tem graça. No metrô de São Paulo, o mais lotado do
mundo, numa manhã de abril, uma jovem trabalhadora foi violentada
sexualmente num vagão da linha verde, considerada uma das melhores. Um
crápula a segurou pelo braço, ameaçou, enfiou a mão sob sua saia,
rasgou sua calcinha e a tocou. Os passageiros perceberam, tentaram
agir, mas o homem fugiu. O caso foi registrado como estupro na 78º DP
da capital paulista. Impossível rir disso. É sabido que a Rede Globo
nunca foi uma defensora das mulheres e da diversidade. Neste momento
mesmo, o diretor-geral da emissora exigiu que os autores da novela
Insensato Coração acabassem com comentários favoráveis às bandeiras
gays, e recomendou menos ousadia nas cenas entre os dois personagens
homossexuais. Mas o Zorra Total foi longe demais. O quadro do programa
incentiva a violência contra às mulheres e o estupro, de uma forma
sistemática, já que o ataque é parte da estrutura permanente do texto.
Ou seja, todas as semanas, a Rede Globo diz que as mulheres que sofrem
abuso sexual devem “aproveitar” e “agradecer”, como se fosse uma
dádiva. Repete a lógica do humorista Rafinha Bastos que, pelo Twitter,
escreveu que as feias deveriam agradecer ao serem estupradas. E está
sendo processado por isso. O quadro tem alcançado liderança de
audiência nas noites de sábado, atingindo cerca de 25 pontos de
audiência. Ou seja, milhões de lares recebem toda semana a mensagem de
que é natural abusar sexualmente de mulheres no metrô, nos trens, nos
ônibus. Não é preciso muito para saber que o quadro certamente terá
efeitos sobre esse público, naturalizando a violência contra a mulher,
diminuindo a gravidade de um crime, tornando-o algo menor, sem
importância. Essa brincadeira não tem graça. É no mínimo lamentável
que o talento da dupla de humoristas esteja sendo desperdiçado em um
quadro que incentiva o ataque às mulheres trabalhadoras. É revoltante
que a emissora líder mantenha um programa que defende práticas tão
nefastas, num país onde uma mulher é violentada a cada 12 segundos;
onde uma mulher é assassinada a cada duas horas; onde 43% das mulheres
sofrem violência doméstica.
 
 
 
Sandra Muñoz - 8823-9623(Oi) / 92336310 (TIM) / 8312-3258(Claro)
99880623(VIVO) Ativista - Feminista Setorial LGBT do PT/BA Diretora de
Mulheres da FAMEB - Federação das Associações de Moradores da Bahia -
Filiado a CONAM Coordenadora Estadual do GT de Feminização e Epidemia
da AIDS/DST Articulação Baiana de Mulher e Mídia LesbiBahia -
Articulação Baiana de Lésbicas e Mulheres Bissexuais Nossa luta é todo
dia, por um Brasil livre da homofobia / Lesbofobia /Transbofobia EM
DEFESA DO DIREITO DE VIVER COM LIBERDADE E DIGNIDADE!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário