Total de visualizações de página

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

04.08.11 - Venezuela
Stop HIV volta a denunciar falta de políticas de prevenção e atenção ao HIV/Aids
Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
Uma semana após denunciar a pouca participação da sociedade civil na construção do "Plano Estratégico Nacional para a atenção ao HIV” na Venezuela, Stop HIV volta a alertar sobre a ausência de políticas governamentais de atenção e prevenção ao HIV/Aids no país. Em comunicado divulgado hoje (4), a organização social destacou a falta de uma resposta efetiva do governo em relação ao HIV/Aids e chamou as autoridades a tomar "decisões imediatas e concretas”.
Dando continuidade aos alertas sobre a situação da Aids no país, Stop HIV aproveitou o comunicado para ressaltar a falta de ação do Ministério do Poder Popular para a Saúde. No documento de hoje, Jhonatan Rodríguez, presidente da organização social, comentou que a responsável pelo Programa Nacional de Aids do Ministério do Poder Popular para a Saúde deveria renunciar ao cargo.
"Deisy Matos, que é a chefe do Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde, é quem deveria renunciar seu posto porque tem demonstrado não estar à altura da responsabilidade que requer esse cargo para dar uma resposta efetiva ao HIV/Aids”, considerou.
A declaração foi dada pelo representante da entidade pouco depois da renúncia de Marbelys Hernández, quem deixou o cargo de chefe do Componente de Atenção do Programa Nacional de Aids no dia 25 passado. "Ela era a encarregada de tudo relacionado aos medicamentos antirretrovirais e sua renúncia preocupa a milhares de pessoas em todo o país”, comentou.
De acordo com a organização, todo ano, a Venezuela registra mais de 11 mil casos novos de infecções de HIV. Além disso, mais de 1.825 pessoas morrem por ano por causas relacionadas à Aids. Segundo estimativas do Relatório Nacional sobre os avanços na implementação da Declaração de Compromissos sobre HIV/Aids (2001) e Declaração Política do HIV (2006), atualmente cerca de 161.500 pessoas vivem com HIV no país e somente 37.827 têm acesso ao tratamento antirretroviral do Ministério da Saúde.
A situação crítica é reforçada pela debilidade dos programas governamentais. Segundo Stop HIV, desde 2007, entidades da sociedade civil, pessoas com o vírus e grupos médicos demandam novas políticas públicas voltadas para prevenção, atenção, tratamentos, direitos humanos, fortalecimento institucional, vigilância, monitoramento e avaliação do HIV no país.
Por conta disso, Rodríguez pediu ao governo deixar as improvisações de lado e realizar ações efetivas em relação à enfermidade. Além disso, chamou atenção para a falta de estatísticas reais sobre a incidência e prevalência do HIV/Aids na Venezuela.
No comunicado, o presidente de Stop HIV ainda reforçou a necessidade do Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde promover ações imediatas para garantir acesso aos medicamentos antirretrovirais para quem necessita diminuir o número de mortes relacionadas à doença. Da mesma forma, pediu aos coordenadores do Plano Estratégico Nacional em HIV que realizem uma consulta pública para que todas as organizações e atores envolvidos no assunto possam contribuir e participar das discussões do documento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário