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sábado, 13 de agosto de 2011

Daqui ninguém me tira

Derrubar Ricardo Teixeira do poder virou uma situação praticamente impossível
13.08.2011| 01:30
Ricardo Teixeira, presidente da CBF há 22 anos, quer fazer da Copa de 2014 trampolim para a Fifa (MAURICIO LIMA/AFP)  
Ricardo Teixeira, presidente da CBF há 22 anos, quer fazer da Copa de 2014 trampolim para a Fifa (MAURICIO LIMA/AFP)
No dia 30 de julho, o Rio de Janeiro recebeu o sorteio das Eliminatórias para a Copa de 2014, primeiro ato do evento que ocorrerá no Brasil. Nele, dois fatos chamaram atenção: o clima nada amistoso entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira; e o protesto contra o dirigente. Fica a pergunta: ele pode ser retirado do cargo?

Atualmente, além da CBF, Ricardo Teixeira preside o Comitê Organizador Local (COL) do Mundial. O POVO procurou especialistas para responder a pergunta. “Da CBF não. A CBF é uma entidade privada. Do COL é discutível. Apesar de também ser uma entidade privada, ele se envolverá com a coisa pública, na medida em que atuará nas obras necessárias para a Copa. Isso tudo é de interesse público”, aponta Alberto Murray Neto, advogado e ex-membro da Corte Arbitral do Esporte (CAS).

O protesto na Marina da Glória, local do sorteio, foi organizado pela Frente Nacional dos Torcedores (FNT), grupo formado para exigir a moralização do futebol brasileiro. “Ele está há 22 anos no poder! Isso é um absurdo. A falta de transparência; o descaso com os indícios de denúncias; o descaso com o futebol nacional e com o torcedor brasileiro”, enumera João Marques, presidente da FNT, sobre os motivos para pedir a saída de Teixeira.

Mas não será fácil conseguir esse objetivo. Para o jornalista Juca Kfouri, da Folha de S. Paulo, UOL e ESPN Brasil, Teixeira está com muito poder, ainda mais com a Copa do Mundo no Brasil. “Tirá-lo da CBF, só as federações e os clubes. Portanto, esqueça. Do COL também é difícil e precisaria ter a anuência da Fifa”.

Mas Juca dá a dica. “O Governo pode fazer da vida dele um inferno, indo à Justiça suíça como parte interessada ao acesso à tal confissão dele e de (João) Havelange (de que receberam propina)”, finaliza.
Emmanuel Macêdo
emmanuelmac@opovo.com.br

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